segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

This ebony bird beguiling my sad fancy into smiling...

As if a poem unhappy or excited:

I dreamt last night
So much foam
Could I not see
What else would be

Would it be
Kindly hate
Unexpected fate
or "I love thee"

Expressions of feelings
can be a difficult task
Forever we have been trying
and ever we do last

Showed me then
with black wings and devilish glow
Brought me back my will
The will of nothing left to know

In this way I woke
All sweat and feeling broke
Together with myself
Alone with everybody

domingo, 16 de novembro de 2008

Macarrão à Parisiense e Vinho tinto

"Você precisa de carinho, precisa de amor verdadeiro. Precisa de um colo e de boa companhia, pra conversar a qualquer hora, sobre qualquer coisa, com qualquer intensidade. Tem muito dentro do peito pra ficar segurando e precisa soltar mais esse sentimento todo. O passado pode ter sido horrível ou maravilhoso, mas o presente é construído a todo instante sobre o passado e o mais sensato é lembrar que este deixa memórias que podem ser lembradas se quiser, e experiências, que ditam como você pode viver o seu futuro. E tem ótimas idéias pra contar pro mundo e compartilhar com os amigos. Ah, os amigos, como eles valem! Sem eles não haveria equilíbrio na vida. Quando sente que está só, totalmente longe de tudo que conhece, aí sim os amigos aparecem e te lembram dos teus próprios planos sobre o futuro e de como vivia o presente, pra que possa se reerguer e continuar a caminhar por esta estrada. São eles também que te mostram o que você não consegue enxergar ou pensar por estar dentro demais dos próprios problemas. Você precisa dos seus amigos. Há tantas coisas das quais precisa! E necessita também da verdade. É a verdade que te mostra como pode ser bom viver sem medos ou desconfianças. Não te serve a ilusão, que é criada só pra tentar amenizar a verdade. Esta é feia às vezes, mas fica bonita logo depois, quando parar pra pensar como poderia ser pior sem ela."

Achei que este texto era pra você, mas agora que acabei, sei que também é pra mim.
O que escrevo aqui é o grito que quero dar pro mundo, tão alto que na verdade quero ouvir ao invés de gritar.

Depois disso, só um Macarrão à Parisiense com vinho tinto pra comemorar!

sábado, 8 de novembro de 2008

Sonhando Acordado

Posso estar errado, não sei. Mas tenho muitos sentimentos, e eles pedem pra que eu faça algumas coisas que talvez os outros não entendam. Todos nós nos sentimos assim, na dúvida, se teremos a aprovação dos outros em muito do que fazemos. E todos nós fazemos essas coisas estranhas aos outros olhos. Talvez eu passe a impressão de ser algo que não sou. Conversar comigo só algumas vezes eu sei que não basta pra me conhecer. E sei disso porque já quebrei a cara muitas vezes, achando saber quem são as pessoas, quando na verdade eu só estava vendo o que elas conseguiam mostrar no pouco tempo que estive com elas. Não é fácil conhecer alguém. Não é fácil descobrir as qualidades de uma pessoa, e mais difícil ainda os seus defeitos. É de certa forma, impossível defrontar quem somos diante das pessoas como elas são de fato, porque elas tem sonhos, circunstâncias, escolhas, medos, saudades, alegrias, tristezas, dores, espontaneidades, anseios, dúvidas. Assim como você e eu, qualquer pessoa em que conseguir pensar também tem tudo isso. Não importa por qual circunstância você passe, se lembrar disso, aposto que terá um caminho menos árduo pra seguir. Nós esquecemos, com nosso egoísmo, que somos todos iguais. Tanto aqueles que provocam um desequilíbrio, quanto os que querem a reestruturação do equilíbrio de volta.

Muitas vezes nos confundimos com a pessoa que mostramos para o mundo, e até mesmo nós acreditamos ser aquela pessoa. Mas não! Somos bem mais que isso, porque ainda temos a grandeza do ser humano, de ter a capacidade de parar o mundo por um instante, e encarar o que há dentro de nós. E não dói. É apenas desconfortável fazer isso porque o ritmo da vida dificulta que isso aconteça. Temos que satisfazer a correria que ela nos proporciona, mas temos também que encontrar quem somos, cada um dentro de seu próprio peito, o ponto de equilíbrio perfeito, harmonioso com tudo isso que vivemos. Assim, nos armamos de um aliado que jamais nos deixará. Em qualquer momento, estará ali, ao seu dispor, às suas necessidades, ao seu encontro. Esse aliado sempre morou dentro de você e muitos o chamam por diversos nomes. Em muitas culturas, seitas, religiões, tribos, tem um significado muito maior do que a simples palavra. Tanto que existem dezenas, talvez centenas de palavras para tentar atingir a essência do que é. E não se consegue jamais, porque qualquer uma de todas essas palavras que tentam exprimir isso são sempre criadas depois de se entender/sentir o significado. Chame-o do que quiser, quando se encontrar com ele. Mas saiba que ele é mais parte de você do que você jamais imagina, porque É você.

Não sei o autor da frase, mas creio não ser tão importante agora:
“Quem olha pra fora, sonha. Quem olha pra dentro, acorda”.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Busca

Tenho um segredo
Tento um decreto
Tanto de enredo
Quanto decrépito

Novo tentar
Volta a falhar
Novo tentar
Volto a encalhar

Insisto no mundo
Um cisto decente
Assisto no fundo
Imprevisto nascente

Peito que pede
Pé que antecede
Amor que não pede
A mão que sucede

Profundo querer
Pro fundo rever
Pro mundo sentir
Pra poder assentir

Esteja diante
Neste instante
Fique ofegante
Minha amante

domingo, 26 de outubro de 2008

Viva!!

Sabe quando a vida te trás uma chance e percebe ela mesma se desfazendo sem estar ao teu alcance? Quando cansa de esticar os braços em meio ao escuro procurando por respostas, ou palavras? Tudo ecoa sem som. O peito quer dar mais braço ao alcance e o suor te mostra a inutilidade do debater. Se sente num cair pra dentro. Não resisto. Não desisto. Apenas fico ali, observando o momento em que estou. E sentindo aquele momento como uno e novo.
Deixo meu corpo parar, e olho à frente, aonde os olhos não enxergam.

Existe o medo. Coexiste a coragem.

Não há mais ar, nem respiração. Não há pulsar, nem sangue. Nem luz ou olhos. Sequer tato ou corpo. Desaparece o pensar e o sentir. Foge a vida e a vontade. O sentido se esvai e tudo de antes te atravessa a alma. Por ti o tempo flui.
Tudo pára.

...

Aí acorda e olha pro teto verde. Luzes e pequenos sons. Eles aumentam e o teto diminui. O peito batido dói e o corpo endurece. A coragem volta e o medo some. O alcance não é mais necessário e a humildade toma lugar. O desapegar faz sentido. Uma luta transparece em cada olhar cego. Vontades se concretizam em cada segundo. Memórias são um quebra-cabeça de infinitas peças, sem bordas. As últimas peças não são conhecidas e faltam.

...

Os parâmetros mudam e não é mais fácil e automático respirar. Levantar-se parece impossível e fatal. Olhar para os lados, não dá mais. Alimentar-se normalmente, não dá mais. Ir ao banheiro, não dá mais. Para coçar a perna, precisa de ajuda. Para escovar os dentes precisa de alguém. Para ligar pra alguém, precisa pedir. Ver o sol, só pela janela, e pela pele. Ficar inconformado não é opção... é ser vencido. Um simples assobiar cansa mais que correr uma maratona. Não tentar nada te definha até pelo cabelo que cai. A pele rasgada e furada não dói.

...

Com o tempo descobre que um cheiro pode ser tão grande quanto uma viagem à praia. E também que muitos sons ignorados todos os dias são ricos em preencher os ouvidos. Que cócegas, arrepios, calor e frio, pressão e dor, são todas um tipo de carinho das situações. As cores\brilhos\tons têm vida própria e se instalam em lugares inusitados. As texturas e sabores se orgulham de estar na boca. Sentir paixão ou amor é simples e fácil e que são tão importantes quanto a raiva. Que ouvir as respostas das perguntas é mais importante do que ter respostas para as perguntas. O alcance não depende do braço e sim da intenção e da vontade. Cada músculo e osso que mexe tem um propósito que merece ser digno. Que há mais coisas que seu corpo pode perceber. Que as pessoas tem amor e carinho e não sabem deixar isso se manifestar de forma alguma. Que todos precisam de muitas coisas que não são reais. Que a maioria não sabe do que precisa. Que a vida vai passando e que fazer a diferença em algum momento pode te recompensar eternamente. Que nada é tão difícil quanto parece.

...

Limpa todo o seu repertório de valores e reconstrói com calma e sensatez. Não desiste. Não pára. Não sofre. Não se perde.

∞ Vive! ∞

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Entenda

Força do homem não se dá pelo forte que se bate.
Isto é capacidade.
Força é medida da intensidade que sabe precisar bater.

Fidelidade do homem não é o quanto ele não trai.
Isto é insistência.
Fidelidade é quanto sabe que valem os próprios sentimentos antes de qualquer ação.

Fome não é o quanto se quer comer para ficar satisfeito.
Isto é ansiedade.
Fome é quanto precisa comer para viver bem.

Felicidade não é só sorrir e nunca ficar triste.
Isto é conto-de-fada.
Felicidade é saber que a tristeza é tão importante quanto ela e que coexistem.

Falar não é abrir a boca e deixar os sons saírem.
Isto é gritar.
Falar é abrir a boca do coração e deixar a mente proferir.

Grande inspirador:

domingo, 12 de outubro de 2008

Idas



Chorei de rir
Felicidades tais
Dia partiram
Aqui do cais

Vi um navio
Longe, distante
Pensei num dia
Demais abençoante

Dias seguintes
Sem choro ou mágoa
Sequer uma gota
Aumenta água

Mar separa o tempo
Vazio do ido
Tal qual convés
Peito aborrido

Adeus sereno
Parte navio
Defronta de novo
Mar bravio

Areia meus pés
Gigante grão
Sólido apoio
Tristeza não

Ar minhas mãos
Brisa se solta
Arma do hoje
Ao peito envolta

Fase

Dei-lhe a mão. Levantou, partiu.

Fitava o peito ensangüentado, manchado com uma camiseta branca.
O fosco ressaltava nos olhos fundos.
Aquele espelho parecia trincado.
O cinza predominava o céu mais azul que um dia já teve.
Tanta era a solidão que senti minha presença como nunca. Criança no escuro.
A sede e a fome não importavam, eram de menos.
Somente recordava e não era suficiente, parecia estar sem tempo.

Deitei, acalentei, dormi.

Sonhava mundos mágicos, sem dores pra todos.
Desejava tangos alegres e tecidos esvoaçantes.
Previa sóis vindouros mornos e brilhantes.
Pensava em risos cheios.
Tudo se bastava como era.

Deixei, acordei, segui.

Ainda sonho.
Ainda desejo.
Ainda prevejo.
Ainda penso.
Basta.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Conto 08

O fruto daquela árvore agora jaz ao chão.

Há apenas minutos atrás esse fruto pendia ainda brilhoso na ponta mais saliente do galho principal ostentando um orgulho rubro e sadio, que transparecia o crescer da própria árvore.
Crescera despretensiosamente, no ritmo calmo com que as nuvens passam ao céu. Fortalecera-se ao sol e vento que bateram aos seus contornos... Subira à maioridade pela maturidade do desenvolver do galho. E esse galho não era de uma só planta.

Ao início eram duas sementes. Uma aqui, outra logo ali. Eram um pedacinho daquelas outras duas árvores um pouco mais separadas pelo gramado da vida. Uma de flores violetas douradas, outra de flores brancas prateadas. Cada semente viera de cada um daqueles seres, e depositaram-se ao comum interesse do solo fértil. E muito próximas germinaram sem competir, com raízes que se enterraram entrelaçadas para buscar sustento e a outra parte delas se espalharam ao solo divergindo à outra germinação, para não tirar os nutrientes do solo de sua parceira.

Acima da terra criaram juntas um único caule firme, pois apesar de buscarem o sol, assim se uniram, enroladas, para se apoiarem. Afinal, sozinhos dobramos mais facilmente ao vento.
As primeiras folhas nasceram, que alegria! E começaram a gozar do alimento daquela união... E saciaram juntas as suas fomes e vontades de crescer, ainda tendo total compreensão de que sua existência naquele momento se fizera mais forte por causa da outra. E uma à outra apoiada, resistiram às intempéries. Estavam vivas juntas.

Atingiram uma fase de estabilidade vital na qual lutar pela sobrevivência naquele mutualismo não era mais preocupante, haviam outras questões mais importantes! E começaram a germinar pequenas e delicadas flores, com as duas cores, violetas douradas e brancas prateadas, como se fossem uma planta só. Espalhavam-se ao longo de toda enorme copa e forraram todo o contorno.
E com elas atraíram magníficos seres alados ainda virgens que de várias de suas flores se alimentaram, trocando sutilmente o seus íntimos pólens.

Ao passar de pouco tempo o primeiro e uno fruto começou a se desenvolver no galho pivô desse quase-um ser. E carnudo e suculento se tornou. Era a aceitação mútua de ambas plantas pela outra. A instância máxima que se permitia naquele ciclo. Era o que geravam juntas com todas as suas forças naturais e espontâneas.

Muito surpreendeu esse fruto ao subitamente fraquejar. Uma das duas plantas alcançara com sua raiz algo profundo ao chão, depressivo e destrutivo, e adoeceu. Não pudera fazer muito mais pelo fruto, vez que sua vontade se voltara às raízes. A outra porém, sabia que o fruto fora gerado e cuidado por ambas e que como resultado de um esforço conjunto, não haveria sentido cuidar sozinha agora. Deixou que a adoecida planta soltasse o fruto ao chão, na tentativa de possibilitar a recuperação da outrora vitalidade da qual prezava.

O fruto daquela árvore agora jaz ao chão.


Quem sabe o que poderia acontecer a esse fruto? Quem sabe talvez, esse fruto se desfizesse e revelasse uma forte e sadia semente? Ou quem sabe se uma chuva de verão não lavasse esse fruto embora? Ou ainda se não houvesse semente nenhuma dentro do fruto?
...
Essas respostas não devemos querer saber, devemos ver com o tempo inesperado.



- Do livro "O Contador de Histórias"

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Filme: P.S. Eu te amo




Escrever sobre esse filme, é deixar meu sentimento falar assim:


"Mas que droga, to aqui suando a frio outra vez.
Só nessa semana já é a quinta vez pelo menos.
Não quero ir à esse funeral. Mesmo que seja num bar, com os amigos.
Eu fico assim, me revirando quando me viro pra te procurar. Olhando o travesseiro vazio na hora de apagar a luz. Ouvindo aquele violão tocar na sala e adormeço no sofá... Não quero sair de casa.
Cortar o meu cabelo, usar meu melhor perfume, vestir minha roupa mais bonita não tem graça mais. Conversar com as pessoas se tornou algo estranho porque quando eu falo parece que não tem ninguém por trás da minha boca. Prefiro ficar em casa, tentando viver a vida de outra pessoa, pela TV e por uma garrafa de qualquer-coisa-alcoólica. E quando minha família chega, me choco por ter que sair desse casulo quentinho que me protege do mundo real lá de fora.

Os dias passam e alguns sentimentos brigam dentro de mim. Culpa por ter feito alguma coisa errada, saudade por ter feito tudo o mais certo que pude. Orgulho de ter sido tão natural e ter gozado da minha espontaneidade. Tristeza por termos tido algumas diferenças. Vou fazendo minhas coisas como se recebesse cartas suas me dizendo o que fazer para chegar a uma grande surpresa que me espera no final.

Tudo o que quero é poder reviver alguns momentos bons que tive, com uma intensidade que me faz crer que é real outra vez. Que a minha vida pare por todos os instantes que eu não tiver aquele teu cheiro e aquela tua voz, se eu não morder tua bochecha ou tua boca, se não te aquecer no 'dormir de conchinha', ou te arrumar mais um apelido carinhoso.

Outros dias passam e ainda espero pelo seu retorno, na dúvida se voce se foi mesmo. As pessoas ao meu redor tentam me animar, tentam me fazer sentir melhor. Tentam me ajudar a superar isso tudo. Não tenho a certeza de que estou mal. Acho que só estou me acostumando com esse novo jeito de viver, me dedicando à minha profissão, visitando minha família, fazendo coisas que eram as mesmas quando com voce, mas que agora não são da mesma forma."

O filme também conta com uma trilha sonora excelente e especialmente com essa música do The Pogues. Coloquei a tradução dela aqui...


Love You ´Till The End
(Eu Te Amo Até O Fim)


Eu só quero ver você
Quando você estiver sozinha
Gostaria apenas de ter você se eu puder
Eu só quero estar lá
Quando a luz da manhã explode
No seu rosto, que se irradia
Eu não posso escapar
Eu te amo até o fim

Quero apenas dizer-lhe nada
Do que você não quer ouvir
Tudo o que eu quero, é para você dizer
Por que você não me leva
Para onde eu nunca estive antes
Eu sei que você quer me ouvir
Prender meu fôlego
Eu te amo até o fim

Só quero estar lá
Quando estivermos presos na chuva
Eu só quero ver você rir, não chorar
Eu só quero te sentir
Quando a noite colocar seu disfarce
Estou sem palavras, não me diga
Porque é tudo o que consigo dizer
Eu te amo até o fim

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É o fim, só não sei quando ele acaba.


domingo, 28 de setembro de 2008

Fechadura

Eu diria que sou uma pessoa normal... mas isso com certeza não é verdade!

Faço coisas que as pessoas não entendem.
Tenho razões maiores dos que as que se pode ver.
Vivo por valores supremos e tenho ideais sólidos.

Pra me conhecer, como diz o clichê, há de conviver comigo. Mas não basta estar ali do lado, tem que interagir.
E interagir significa falar e ouvir. Receber e dar atenção. Ter tanta paciência comigo quanto eu tenha contigo.

Pode pensar, e pensar, e pensar a meu respeito. Mas isso só não adianta, vc tb tem que me sentir, e sentir, e sentir, pra saber quem sou.

Muito facilmente posso passar pela sua vida, e
vc não vai nem notar quem sou...
Sou assim, intenso, pq sei que cada segundo meu, me vale mais que qualquer quantia.
Se vc estiver afim, podemos partilhar desse segundo, e fazer dele um momento de eterna memória.

Se pedir, vou falar a minha verdade, nua e crua.
Se precisar, sei também ouvir a sua verdade, nua e crua.

Caso esteja pensando que isso tudo é um absurdo, seja bem-vindo, pois vc já está na minha vida!
Caso esteja achando que aqui não há minha razão, nem emoção, está convidado prum café.
Se achar que meu jeito é estranho, que sou esquisito, voce provavelmente tem razão. Senão, também.

Contrariar, discordar, relutar, negar, diferir está dentro de
voce, e não de mim, até que voce fale.
Aceitar, concordar, aliar, afirmar, conferir está dentro de
voce, e não de mim, até que voce fale.

Comigo existe uma chave, só uma, que abre quase todas as portas:
Comunicação


Como eu disse, eu ser normal com certeza não é verdade...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Bla bla bla

Chega de bla bla bla, vamos ao que interessa.
Por uns marcos onde precisa, tirar de onde limita.

Basta de pensar, é hora de agir.
Não quero mais falar, preciso mais é ouvir

Vou num instante, há um lugar e volto.
Retorno pra estar, presente nessa dádiva.

Planos e bla bla bla, bla bla bla e planos.
Seria melhor, fazer e bla bla bla.

Quem sabe assim chego lá?
Só sei que assim eu vou
Pra onde não sei
Mas vou feliz!

domingo, 14 de setembro de 2008

Gente

Andam por entre mim e você
Pessoas de todos os tipos

Chorando pra rir
Levantando pra cair
Sofrendo até não mais sentir

Andam por entre mim e você
Pessoas de todos os tipos

Andando pra não ir
Esperando pelo partir
Construindo pra ruir

Também podem ser elas
Misto de estrofe e verso

Ruindo pra esperar
Chorando pra não ir
Sofrendo pelo partir

Também podem ser elas
Misto de estrofe e verso

Levantando pra andar
Construindo pra não cair
Rindo até não mais sentir

Andam por entre mim e você
Misto de estrofe e verso

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Um brinde! Ao jantar!

Indo jantar, percebi como é fácil gostar de alguém.

É tão fácil quanto parar de gostar subitamente. O coração é rápido e intenso, não importa a pessoa! Estamos tão acostumados com pessoas que escondem esse coração que, quando uma que mostra aparece, nos surpreendemos!

Opa, chegamos, vamos pedir o que?

Pensando no que escolher do cardápio, enxerguei que quem segura esse sentimento repentino de fome dentro da gente é a razão. Coração acelera, Razão freia. Isso! E essa última pondera, escolhe, seleciona, organiza em hierarquia, te mostra a melhor opção, e só daí a gente sabe o que quer escolher... gosto dessa aqui ó! Quero essa!

E a espera deixa a gente com fome!

Aí que entram as dúvidas sobre ter escolhido o prato certo: Isso demora demais!
Ou: Que rápido!
O que importa mesmo é que a refeição vai chegar, ou simplesmente vão te dizer que acabou aquele tal tipo de salada... A espera se torna mais importante do que o próprio objeto de consumo... a fome é grande demais!

Êba! Chegou! Hmmmm que cheiro delicioso! E que sabor!

Deliciando cada mordida a coisa fica toda boa! E aí num tem mais razão nenhuma na história... Ô delícia! Pura sensação! Bom, pra falar a verdade tem sim razão... mas é que ela concorda com a sensação tão boa e se permite gozar do momento... Ela aproveita esse “sim” dado por ela mesma e adora! Pensar pra comer? Imagina isso, pra quê? Ok, pra sair da mesa com a filosofia oriental de ainda ter 30% da fome... Mas vai saciar toda aquela vontade sim, aos poucos, tranqüila, em prestações que nunca vão satisfazer mais que 70%.

Puxa, satisfeito!! A conta, por favor?

E limpando a boca vi que o importante não era esperar com fome, ou matar a fome.
E que também não era escolher bem o prato, ou saber quando parar de comer.
Realizei que o importante é ter nesses momentos, um coração que acelera e uma razão que freia. Em pesos iguais. Humanamente equivalentes. Um ballet de branco e preto, à la Ying-Yang, dançando como quem não treina faz algum tempo, fluindo com o corpo, e raciocinando o equilíbrio.

Pagamos a conta, e fomos embora.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Arquitetar, há de tentar

Funciona assim:
Um tijolo aqui.
Outro do lado, nessa distancia de cimento.
Depois põe mais um.
E outro, mas tem que ser tijolo duro, ein!
Olha o cimento!
Continua assim até ter uma fileira.
Daí você põe outro em cima do primeiro, deslocado de meio tijolo, pra “amarrar” a parede e ela não cair.

Repete isso pacientemente, com um ritmo pra não perder a seqüência, afinal você quer um muro para proteção, que dure de verdade!

Pronto, agora tem uma parede de

tijolo tijolo tijolo tijolo tijolo tijolo tijolo tijolo
olo tijolo tijolo tijolo tijolo tijolo tijolo tijolo ti
tijolo tijolo tijolo tijolo tijolo tijolo tijolo tijolo.

Aí reboca e pinta com cuidado, pra cumprir com a expectativa.
Espera secar e dá mais uma demão.
Ainda outra.
Se precisar, mais uma.
Reafirma a tinta quantas vezes precisar.
Prova que é suficiente, e para.

Pronto, agora sua parede está

pintada pintada pintada pintada pintada pintada
tada pintada pintada pintada pintada pintada pin
pintada pintada pintada pintada pintada pintada.


Através dela não passa vento, não passa água, não passa luz, não passa nem pensamento!

Daí você faz mais 3 paredes como essa, se fechando num quadrado, numa caixona sem tampa.
Se ainda tiver material e disposição para aumentar essa proteção, faz um telhado!

Agora tá lá dentro, protegido das coisas do mundo lá de fora.
Não vê mais nada de lá também, nem feio, nem bonito.
O ar poluído de poeira e frescor, violências e palavras fica isolado lá fora.
Não há mais troca de nada através desses muros erguidos, e nem o sol entra pelo telhado!!

Ufa! Que maravilha! Agora tá protegido! E dá certinho, não falta nem sobra material!

...

Tá tão protegido... tanto que nada chega a você.
Nenhuma pergunta,
nenhum sentimento,
nenhuma crítica,
nenhuma companhia,
nenhum cuidado,
nenhum amigo,
nem um nada.

Não vai ver o mundo. Cadê as janelas?
Não vai interagir com os outros. Cadê a sua varanda?
Não vai receber ninguém em sua casa. Cadê o jardim?
Não vai sair pro mundo. Cadê as portas?

Essa é a hora que se sente encurralado por você mesmo, inconseqüente arquiteto da obra.

Fica desesperado sem saber por que gritar, afinal o seu pranto não vai passar pela parede.
Perde as vontades de querer sair, não há mais material para bolar um plano, ou pra fazer qualquer coisa!
E não quer mais sentir, não quer mais comer, não quer mais nem arquitetar.


Percebe que está lá na casa
Dentro
comprimido
|| Deprimido ||


Lá dentro de uma casa fechada dessas, encosta numa parede com suas mãos bem espalmadas e fecha os olhos. Sente essa parede que você mesmo construiu.

Realiza que você é a sua ferramenta.

Então observa um tijolo de cada vez:

Vê que o tijolo mais duro ainda se esfarela se você quiser. E tirando um, os do redor ficam soltos. Começa a enxergar lá fora e já entra um arzinho! Se contenta com isso, e sabe que há mais coisas que um simples ventinho.

Percebe que o cimento é a sua capacidade de manter quaisquer das suas coisas unidas. Tão dura é a parede, quanto maior sua perseverança.

Aí sai e investe algum tempo em planejar um pouco as coisas, rabiscar, fazer uma planta, aperfeiçoar, saber de suas necessidades, dar atenção a você mesmo.

E gera uma mansão dos sonhos, que tem espaço pra todos os seus queridos numa festa sensacional chamada “sua vida”.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Conto 19

Tinha olhos encantadores, enfeitiçantes e mágicos. Cabelos longos e lisos, um corpo perfeito. Tipo Miss Venezuela que virou Universo, mas mais bem torneada... Muito vaidosa, sempre. Não deixava uma superficie refletora sequer passar despercebida por sua conferida estratégica, que sempre a mantinha elevada como linda, na boca dos admiradores. Tanto que às vezes até se hipnotizava com seu próprio narcisismo impensado. E quase repetia o descontrole de Narciso. Essa era uma das coisas que não queria pensar... mas tinha taaantas coisas ruins de pensar... pra que pensar essas coisas todas? Às vezes era uma simples nuvem escura que cobria seus pensamentos e deixava tudo embaçado. Dava pane em tudo e era muito mais fácil ignorar...

Ela sentia o cheiro empestiante, que nem estava mais lá, em seu travesseiro, à noite. Era dele. E como era bom... parecia baunilha com chocolate... que nem sua pele no sexo.
E o suor que escorria dele ditava delicadamente cada gemido e suspiro dela.
Assim, que nem o lençol se enrola no contorcer das pernas, suas mãos se estendiam umas às outras com ternura... e isso tudo saciava... completava, satisfazia de um jeito tão perfeito que arroz para feijão dava menos fome...

E comer era outro prazer maravilhoso dela... E com ele então! Ela gostava do jeito que era tratada no restaurante, sempre com educação, muito respeito e um toque sensível de compreensão, mas sempre com um ponto-de-vista crítico e construtivo, ou às vezes bobinho e ingênuo... E havia sim muita cordialidade na maneira como ele abria a porta do carro, e de como pedia algo a mais por ela.

Era por prazer, como se fosse pra ele mesmo, que ele fazia as coisas por ela. Ela sabia disso, mas ficava quieta por deixar aquela sensação acontecer sempre que fosse o momento, e achava insano o jeito todo que ele a envolvia... às vezes até se irritava com isso... mas ela se irritava com facilidade... achava que precisava ter mais paciência, e também que melhorar em outras coisas também, mas isso era nascido com ela já, como se fosse coisa de signo. E era! E no final, sabia tb que era pura bobagem essa historia de ficar 100% do tempo tentando melhorar... aquelas coisas de auto-ajuda: "Pare de pensar que precisa fazer, e faça!"

Não desconfiava que na verdade era maravilhosa, com virtudes e qualidades de dar inveja a qualquer pessoa, mesmo se tivesse nascido tão bela por fora. E ainda assim nasceu tão polida e delicada no externo... De pele gostosa, de proporções mais que áureas, de uma genética barbaramente admirável... mas não perdia por deixar esperar. Ainda se cuidava. Ficava desesperada qdo não tinha seu protetor-solar ou um batonzinho pros lábios...

Ok, ok, voce pode pensar que isso tudo é opinião minha, parcial, que essas coisas dependem de quem olha e tal... e que eu conheço bem o casal e que tenho uma fixação por ela também, de uma certa maneira. E isto não está errado. Está apenas mal-interpretado. Porque quem me contou isso tudo, que parece ser opinião minha, foi a própria personagem da história, ao longo de muito tempo, esse conto-de-fadas ainda sem um "viveram felizes para sempre".
E ela ainda tem aqueles sentimentos apertados dentro do peito, que não sabe se quer ou não esse fim.

- Do livro "O contador de histórias"

domingo, 13 de julho de 2008

¿Ein?

E foi então que naquele momento, o chão voltou aos pés e o céu revertia-se ao azul à medida que a cauda dum cometa assim o pintava

Aquele bruxo, de longas vestes negras havia por instantes pensado em desistir, esquecendo-se dos valores mais sagrados à magia. Esqueceu-se da fé à qual trazia junto ao peito e alma. E de sua crença Maior. Mas como poderia tão hábil mago-das-trevas deixar de lado o que regia até então todas as suas poções de seus caldeirões, e todos os feitiços já lançados¿ Talvez estivesse com outro feitiço sobrepondo seus olhos... Um cabresto mágico que talvez fosse uma mágica por si mesmo previamente lançado:

- Não agüento mais isso tudo! Assim eu vou ficar maluco e... Ah quer saber¿ Dane-se, dane-se tudo!!! Que vá tudo pro inferno mesmo porque não mereço nada disso!

Nem o próprio imaginava um dia chegar a tal ponto de desespero sem aparente razão... Ninguém o conhecia melhor que ele mesmo, e nem com essa solidão conseguiu entender...

Um mais um é obviamente dois, mas como se faz essa matemática de sapos e cajados, símbolos e cânticos¿ Não se faz. Porque os homens criaram a razão pra entender o que é racional, e nem todas as facetas do mundo são racionais. Há partes dele que fogem dos postulados, axiomas, e corolários, e apelam para o não encaixável em coisa alguma, senão classificáveis como misteriosas. Grupo que se divide em duas classes menores, as de significado oculto, e as sem significado conhecível.

"Sem significado conhecível" não devemos tentar usar lógica para entender. Deixemos que o coração faça o seu análogo do "entender pela razão". É o mais próximo que chegaremos de uma satisfação real...

Eis que fora percebido que ao chão voltar, não havia sido outro mago que o trouxera, e sim ele próprio que retornara. Talvez outro mago tivesse sim tido um insight misterioso de significado oculto, mas certamente não fora responsável por sua volta.

Tal outro, por saber não saber muito, e por não precisar perguntar, não se conhecia quase em nada, e não se preocupava com isso, pois sabia que a preocupação leva ao entendimento da preocupação, e não a se conhecer. E que para se conhecer, devia simplesmente deixar seu imo se esclarecer aos raios do sol. Senti-lo, admiti-lo em sua totalidade. Talvez assim tenha conseguido achar essa "carta perdida" do livro de magias do bruxo de vestes negras...

Conhecer, não conhecer... isso tudo é por demais binário para o coração, e a cabeça pode sim ter tido outrora esse impulso, mas o coração, jamais.

Simplesmente amar, gostar, ser amigo, isso tudo é coisa para cegos... e cegos tem Visão, não tem¿

domingo, 6 de julho de 2008

Sólua

Uma voz suave, grave, da prata da madrugada, é a que diz boa noite.

E aquela outra que quer dizer bom dia na manhã pelo ouro, e sair direto d´alma para os corações amados.

Os braços fortes, calorosos e atenciosos dos primeiros raios, são os que querem abraçar nas despedidas.

Nas desmesuras da sua intensidade querem acalentar este vazio orbitante.

Palavras que não são pelo dia soadas, porque expressam algo maior que simples dizíveis, tentam inutilmente surgir do astro através das nuvens, aflorando em falta de sentido, porque o sentido explica a razão, e não a pureza do coração.

E dentro pulsa um milhão de sentimentos vermelhos, agressivos por sua intensidade, e amarelos plumados pela nobre intenção.

É em cada pulsar que tal estrela irradia fervorosos pensamentos irracionais, que nos levam a viajar por essas constelações de possibilidades diárias e viver cada dia luminoso e aquecido por seus raios, sem que ao menos imaginemos a necessidade de encará-lo como um melhor amigo.

Presente mesmo quando não nos damos conta, sempre ancorando a vida ao seu alheio, provê-nos a graça das escolhas, inconscientes ao reconhecimento.

E ainda sim retorna contente ao horizonte, esperançoso por continuar em outra face seu labor natural, fluente, sereno, eficaz, triunfante, novamente vermelho, mas desta vez pelo abraço do adeus.

Responsabiliza agora, tão companheira donzela, que por dias e noites o acompanha, às vezes à frente, às vezes atrás, a regar suas sementes com os reflexos de seu brilho e decisões pelo dia feitos.

Como boa esposa cuida da prole inocente e inexperiente com outros raios, também quentes e maternais, como há de ser da anima da prata que brilha por si só, sem ao ouro refletir.

É durante as trevas que surge um único, o seu abraço, tão nobre quanto áureo, único em seu perfume de dama-da-noite, vistoso como uma begônia na lapela.

E com esse perfume silvo, colorido como o calor num dia gélido, aconchega seus descendentes ao leito caridoso e tranqüilo.

Aos poucos dormimos, ouvindo aquele cantarolar ninante, suave, grave, da prata da madrugada.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Luz da Sombra

Ó lago gélido
soprais olor
cinza-metálico-escuro
ofuscar fulgaz
maleável ondular

Quereis do mundo tudo
deglutir
negro
inesgotável

Resfriais o terno
Riscais o liso
Endureceis o coração

Tentais ser impiedoso
Mostrais frágil a vida

Mas esqueceis, também vives!

Conselho

Quando de dentro flui uma certeza, não importa mais pensar a respeito, nem tentar entender... ela apenas vem. E quando ela vem, não há como segurar, nem como acompanhar. Apesar disso, são raras as vezes que percebemos essas certezas, porque elas são regidas por outra coisa que não a razão.

Aqui, neste lugar com meridianos e paralelos, não traçamos muita emoção no viver. Deixamos esta, meio impotente diante das atitudes a tomar e caminhos a percorrer. Será mesmo isto o melhor? Chegaremos assim ao menos perto do objetivo? E este objetivo, pode ser traçado como uma encruzilhada de paralelos e meridianos?

Não pense.

Dê lugar ao sentir, mais profundo do que refletir sobre sentir. Mais fundamental que precisar se comunicar com o mundo. Mais intrínseco à natureza humana.

Sinta.

Permita-se gozar de tal magia presente em todos nós.

Apenas sinta.

Respire fundo e feche os olhos após ler toda esta frase e, pelo menos por um segundo, ou até quando achar necessário, apenas sinta.

Se não conseguir da primeira, e quiser, tente novamente. Livre-se aos poucos, solte o corpo, relaxe. Este momento é somente teu.
Não sinta vergonha, isso é tão natural a todos nós quanto respirar ou pensar. Fique sozinho com sua própria essência.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Mãe!

Ouvindo a vida e refletindo sobre ela a gente fica mais leve, fica mais seguro, apesar de mais etéreo. Sente aquela mão de mãe fazendo cafuné e ao mesmo tempo dizendo: “Filho, vai!” E a gente vai, mas quer voltar, porque cafuné de mãe é a distancia também. A gente sente, mesmo longe, e tem saudades porque quer sentir de pertinho, de verdade. Parece que a mãe tem mesmo um braço tão longo que percorre quilômetros pra um simples carinho. Ela telefona nessa hora, e a gente volta a ser o filhotinho da mamãe! É ou não é, “bicho”?

Somos mais animais do que imaginamos, e mais humanos do que sentimos pelo instinto. Um abraço de mãe é aquele que mesmo quando a gente está zangado, bem no fundinho nos deixa feliz. Não demonstra, porque afinal a mamãe não quer ver um filho tão frágil assim... mas a gente É. E às vezes pensamos que estamos além de qualquer carência materna, mas não estamos... um abraço de mãe vai bem, sim, em qualquer momento! E não importa a mãe, porque foi dela que viemos e dela que aprendemos todo o mistério da vida, que um dia causou medo. Fomos gerados pelo ventre dela, mesmo que tenhamos sido adotados por essa mãe. E ficamos a nossa vida quase toda sofrendo por desilusões amorosas, quando na verdade o que queremos é achar aquela sensação um dia perdida de conforto quentinho e sem peso, quando nadávamos naquele nosso primeiro berço, que nos abrigou e protegeu do mundo.

Sofremos muito com as coisas, sem saber o porquê. E estamos fora daquele minúsculo primeiro contato com as coisas deste mundão tão vasto... Aí nós apelamos por nos enrolarmos no cobertor bem justinho pra ficar bem quentinhos, ou seria pra ficar bem parecido com aquele primeiro berço?

Em dias ruins a gente pensa em ir pra casa, tomar um banho, e deitar na cama, se contrair todo naquele útero de pano, ficar de volta na tal “posição fetal”. Ou então buscamos algo que possa dar prazer, como uma volta com os amigos, um colo de namorada, uma cervejinha no bar, ou o cigarro do silêncio, na tentativa de achar um conforto tão grande quanto àquele que nos deixava tranqüilos. E que além de nos proteger, nos alimentava, nos supria de amor, nos criava.

Muitas vezes a gente queira ficar nessa condição de ter quem fizesse isso tudo pra nós, só pra ficar quietinho, ali, sendo cuidado, tendo atenção, tendo cada um daqueles preciosos segundos dos nove meses voltados só pra nós. Aí você pode pensar: “Nah, eu não sou assim, eu vou atrás do que quero, sou independente!”. Mas também não é verdade que isso tudo é por certo conforto e uma certa vontade de ter essa garantia?

As pessoas desse mundo são assim, carentes de saberem que há, sim, quem os ouça, e que não são sua mãe. Carentes de ter atenção do mundo, por não saberem quem exatamente vai dar essa atenção...

Eu sei que sou bastante assim também. Mas sei que no fundo, meu amor é pela minha mãe, e pelas pessoas que me tratam como um filho, ou como irmão, ou uma pessoa exatamente como elas imaginam que eu seja, um pai, ou nada mais nada menos do que alguém desse mundo, que tem valores e metas e mesmo assim não tem definição, e que sabe disso.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

É assim...

Sair da água pra respirar depois de dar “aquele” mergulho.
O segundo de felicidade em morder um chocolate.
Colocar a blusa quentinha no cinema gelado.
Ir na direção dos objetivos da própria vida.
Saciar toda fome com o prato predileto.
O sentir do abraço de um ente amado.
Sorrir pra foto na reunião de família.
Um pedaço de bolo do aniversário.
O tocar do telefonema esperado.
Cores novas pros olhos do bebê.
O cheiro de pele pro perfume.
As batidas graves pro dançar.
O som da neve pro silêncio.
Despertar pro descansado.
Andar pela falta de pressa.
Conhecimento pra dúvida.
Abrir dos braços pro céu.
Musicar por felicidade.
Valor pro sentimento.
Odor pro perfumista.
Sossego pro cansaço.
Paisagem pro olhar.
Amor pra carência.
Espada pra bainha.
Beijar pro gostar.

Estar em casa.


Colo.
...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Primavera

Tarde da noite, poucas cores no céu, espirrados brancos e tons de poucas nuvens.
Um traço que se fez, assim como se apagou, tão rapidamente que não pensei, contemplei.

Logo, um fervilhar, doce de luz da manhã, se adiantou, por entre idéias não menos malucas quanto a velocidade em que isso se deu.
Mal apagou-se o traço no céu e a razão agora reinava, imperativa e solidária ao sentir.

Folhas verdes no escuro enxergava, como se fosse um minuto pras doze do dia nascente, e dentre tais verdes, alvos raios de sol lancinavam-se ao chão, marcando seus limites e silhuetas, moldadas incansavelmente pelo sereno e abstrato vento.
Um som de cascata me dizia para as folhas do chão me voltar.
Meus ideais por si mesmos crepitavam e pequenos detalhes deles se esvaíam, levados de morno vento.
Gaia, então, quis que água entrasse em palco, assim como novas idéias surgem na mente.
E choveu.
E voaram.
E deram lugar à atenção às próximas gotas que incessantemente desciam à vontade.
Algumas suspeito que não atingiram ao chão.
Outras caíram tão forte que atingiram folhas que voavam, e assim não mais livres ficaram.
Tudo molhou e secou, e logo não mais era necessário imaginar adiantada luz matinal que, agora de fato prendia úmidas folhas que com tempo se libertaram.
Um graveto em meio a um círculo de folhas girantes ao vento me chamou, e não findou minha atenção antes de voltar a chover.
E choveu.
E novamente tudo molhou.

...
Cansei de ver os ciclos de chuva-pensa e sol-pondera, molha-atenta e seca-desapega.

Senti o vento no rosto e a chuva na testa, me lavando mais que o corpo, esvaindo os ardores de não ter pregado os olhos.

Realmente há momentos sagrados, únicos e de mudanças profundas.
E há momentos de gratidão, como o que me domina agora, por ter tido os de tal primavera.

Lua de Prata em Céu de Carvão, obrigado!

Minhas manhãs são de claridão
De alma limpa
De mente espontânea

Tais tardes de não sentir medo
De procurar caminhos
Pro desapego

Ao anoitecer
a mente se cansa
apenas observa
o corpo sente, a alma sente

Todas as noites me purifico

Tenho momentos de escrever livre
E momentos de ser inspirado
respirado
pirado!


Plágio, Cópia, Falta de criatividade, Furto, Captar a Sintonia, tanto faz!
Mas obrigado!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Tentativa

Hoje eu quis escrever sobre algo que não escrevo. Não escrevo porque é difícil. Não é falta de tentar, nem de palavra. É incapacidade de ver como será esse futuro.

O que vai acontecer:

Não há forma de dizer aquela coisa que está dentro de nós que quer sair gentilmente para um abraço de saudade.

Não existe maneira de escrever um texto que complete aquela sensação de querer encher o peito com um calor que vem de um beijo.

É desconhecido o formato em palavras daquela cor e dos contornos que vibram nos olhos.

A nostalgia não tem adjetivos fiéis.

Presentear pode ser um gesto lindo, delicado, porém não preenche o significado daquela ansiedade que se sente antes de entregar.

Como se descreve a sensação de sentir um cabelo por entre os dedos quando se faz um carinho?

Alguém pode me ajudar a descrever o que acontece ao ouvir tal voz ao pé-do-ouvido?

E quando dá aquele tremor inquietante entre os ombros, pernas, e barriga somente pela lembrança?

E traduzir o momento exato de quando se tem algo à semelhança da perfeição?

É simplesmente único, o momento do sentimento.

É inexplicavelmente mais uno que cada segundo que se passa de nossa vida.

E isso se dá porque cada um desses segundos possui a mesma coisa que não se explica.

domingo, 1 de junho de 2008

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Rilanciare


Eras tu, coragem, mãe dos medos, a plenitude de todos os ímpetos da misteriosa vida.
Contemplava-me a cada dia e noite, a magnitude de minha fraqueza humana!

Eras tal veículo dos fatos, que ao sucesso me conduzia, assim como um vôo a uma Águia-real a destina. Porém, querida coragem, sabias que de tanto despreparado que estava, podias tranqüila reinar na mais íntima profundeza de meu coração.

E assim, a roda da vida girava, sem às vezes nem saber que existias incrustada, como por entre as penas de um pobre alado ser.

Com tal descaso, supria-me de infortúnios e sofrimentos reais, sequer revelando a nua verdade, ainda virgem, por existires. E trazias por existir, um conforto orgulhoso e cheio, apaixonado e caloroso, mesmo não me mostrando tua própria infeliz origem. Vinha de um lugar sombrio tão coexistente ao ser, quanto a sombra é da luz. Tinha tua origem dentro do extremo oposto, o medo. E nestes, camuflavas um menor consciente com um maior inconsciente.

Um pássaro, por instinto de viver, tem a coragem de voar, não tem?

Não fosse por ti, minha amada, não voaríamos para girar a roda da vida, definhando minhas felicidades, falecendo ao ninho.
E não queria que tu tentasses me enganar, dizendo ser fonte do viver, forçando-me a elevar infindáveis barreiras.

Elevei barreiras.
Deixei de voar.
Definhei felicidades.
Não girei a roda da vida.
Faleci.

Foi em meio ao sombrio, que de dentro veio aquela luz, e num instante de paciência surgiu a compreensão. Não és mais sempre tão fundamental quanto achava.
Assim te enxerguei, pequena, uma coragem sofrida e mirrada, desesperada por ainda querer ser parte da existência. Tornastes agora, apenas fragmento da essência real do existir. Deixo-te apenas poupar-me de outros maiores insucessos. Tenho-te comigo guardado ao peito, pois me és valiosa.

Assim, sinto que na verdade,
não há barreiras,
não deixei de voar,
resgatei minhas felicidades,
voltei a girar a roda da vida,
Renasci.





quarta-feira, 28 de maio de 2008

É ter no minuto

Peguei um minuto do meu dia, e o transformei em eternidade.

Num ar quente que da boca saía, as palavras não eram menos frias.
Num salgado gosto de mim, um doce se despertara, como se as nuvens todas do céu naquele instante fossem de algodão-bem-doce lilás.
Tudo que se ouvia era um quase silêncio, feito por um estremecer do chão, suave, que insinuava morno um momento de dormência.
Não havia luz, por haver luz demais! Como pode existir sombra de uma luz de dentro?
Uma fina camada de mistério aconchegante me mergulhara num outro sentido, o da compreensão.

Não existia forma de parar, nem de pensar, nem de suspirar, nem de hesitar de maneira alguma!

...Aconteceu.

Foi naquele segundo que percebi o quão valioso é um minuto, e o tamanho dele já não é mais importante, tampouco quando ocorre, nem o que se pode ser feito.

Atingi a eternidade!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Vamos brincar de existir?



Enxergamos as coisas e ficamos pensativos. Ficamos pensando, pensando, pensando.
Não nos damos conta que isso tudo ocorre porque estamos ali. A rosa não estaria ali se não estivéssemos ali. E se voce pensa que ela poderia estar ali sem voce, é porque tinha outra pessoa. E adivinha o que ela estava pensando?
É, basta qualquer um! E ninguém, é não pensar nem em pensar, é negar!
É, o "uma-coisa" se funde com o "outra-coisa", e toma o lugar "uma-outra-coisa", que é o que vemos.
Isso quer dizer que por meio de uma rosa eu e voce somos o mesmo?
Não, isso quer dizer que "por meio de uma rosa" é uma única maneira de "qualquer-coisa" ser um "não-nada"!

Sou:

Falo demais, escuto de menos, penso muito sobre as coisas e adoro a vida.
Sou cinestésico e sinestésico. Amo perfumes, gosto muito de conversar.
Conheço muita gente.
Faço amizades facilmente, mas demoro a conhecer bem as pessoas.
Gosto de comer e cantar.
Experiências estéticas me atraem, assim como conforto físico.
Gosto de frio e de calor, mas prefiro frio.
Amo conhecimentos de todos os tipos.
Tenho amigos loucos da cabeça, tenho amigos inteligentes, tenho amigos apegados a coisas fúteis, outros que não se importam e aqueles que se importam muito, tenho amigos nerds, tenho amigos estranhos, tenho amigos sensacionais. Alguns amigos são muitas dessas coisas ao mesmo tempo e outros nenhum.
Não tenho uma religião propriamente dita, mas acredito em muitas coisas. Sigo meus ideais. Tento não atropelar ninguém com meus ideais.
Respeito muito as mulheres, e respeito muito os homens. Respeito muito a natureza. Me respeito bastante também.
Às vezes fico doido da cabeça e quero sair por aí fazendo loucuras, mas também... quem não fica assim de vez em quando? Às vezes fico tão sério que é melhor eu não conversar com ninguém... quem não é assim?
Procuro respostas, mas não sei todas as perguntas.
Sinto com o coração e com a cabeça, assim como penso com os dois também.
Algumas fichas demoram a cair, outras caem muito rápido. Algumas não caem nunca, tenho certeza.
Surpreendo a todos, incluindo-me, com o que penso.
Esqueço das coisas e lembro de algumas outras... Lembro de coisas que não queria, mas isso é bom.
Estou em constante mudança em muitos aspectos da minha vida, porém minha base é firme, e posso ficar livre como uma pipa em qualquer lugar do céu, sabendo que a mão que segura o carretel nunca vai deixar a pipa perdida.
Sei muito sobre coisas diferentes e de algumas outras, não sei nada.
Sou intenso nas minhas coisas.
Gosto de dançar e sentir o cheiro de sábado num jardim florido.
Sinto que preciso ser mais, em coisas menores.

.Não faço sentido
.Não sou decifrável
Não sou "
nada".