quarta-feira, 27 de abril de 2011

De mês em mês

Não sei o que há no fundo dos teus olhos
Apenas sossego no passar dos dias de espera?
O mundo rápido, cheio de fatos e escolhas
Acontecendo ao redor, correndo entre "você e eu"

Corro pra longe, pra não ficar tentado
Talvez assim eu resista em me entregar
Pra tudo isso que você representa
E que me faz fazer promessas

Quero saber o que há no fundo dos teus olhos
Deixando que sinta o quanto há querer bem
Quem sabe agora não acontece como deveria?
O começo quase acabou comigo por não ter se feito

Espero que você e o resto entendam
Que isso não foi feito pra voar
Mas pra nos fazer viajar
de encontro, mês a mês
Até a distância acabar.

domingo, 24 de abril de 2011

Pro fissão

Hoje eu bebi por voce! Brindei comigo mesmo sem achar teu copo, pelo procurado ser o meu próprio. Bebi em dobro por nós dois, e a embriaguez nem de só um me alcançou. Estou além disso, não é suficiente beber.

Sóbrio. Só, e o breu da noite de novo na sala e quarto, e cozinha(!).

Jurei tentar não sentir tua presença na falta que sinto, já tão cedo, ao adentrar minha casa. E adivinha? Nada. O nada me tomou por dentro como se quem entrasse em casa não fosse eu e sim meu vazio, meu não-eu.

Explodi em milhões de fragmentos ansiosos na minha vontade frustrada de te ver em algum lugar, fosse à minha frente, ao meu lado, ou atrás puxada pela mão que não abriu a porta. Me recompus ao primeiro passo de feliz esperança por saber que por um dia te conheci, por outro te tentei e, por mais um, conversei.

É isso, que da luz se tem a sombra e do vinho a sobriedade, do vento a calmaria e do desejo a abstinencia. É a falta, ainda presente, da permanencia constante por entre esses fragmentos religados que tenho como motivo para dizer:

O hoje, está. No ontem, estou. Amanhã, estarei?

É na incerteza das esperanças ingênuas que mora a frustração.
Mas, o que posso fazer se com a mão-na-massa me sinto assim tão ingênuo, sincero, e esperançoso? Deixar isso tudo de lado? Ok, minha razão diz que sim, mas outra parte... me impulsiona a gritar que não. E isso ainda sorrindo!
Não posso evitar meu momento de dizer: venha logo para minha vida!

Ansiosa, esperançosa, e ingenuamente, nos dois sentidos do pretexto,
Vitor

terça-feira, 19 de abril de 2011

... ... ... ... ...

O cursor fica aqui piscando, piscando, piscando... pacientemente aguardando minhas idéias, faminto por letras e palavras e na verdade o que consigo pensar é, e nada diferente, no som do vento que atravessa a janela ao meu lado. Na luz do luar que invade as frestas trêmulas da cortina e percorre as superfícies ao redor...

E aqui dentro, em algum lugar, eu revivo aquele toque do rosto aos lábios(ou seria dos lábios ao rosto?). Aquela surpresa imensa que cobre e recobre, e redescobre a superfície arrepiada de pele em mim que, com um medo tranquilo e excitante, surge sem pudor, arrependimento, ou forçada rebeldia.

E mais algumas vezes o cursor pisca... ... ... ... ... ... ...

Então me recordo da descoberta daquele tom áspero e muito sincero, cortante, agudo das palavras tão decididas em bastar com toda e qualquer declarada intenção.

Não, na verdade não foram assim, foram contrariamente deliciosas de se ouvir...

E mais outras algumas vezes o cursor pisca... ...

Pois que assim fique a fome do cursor que por tanto espera e por pouco se basta!