domingo, 13 de julho de 2008

¿Ein?

E foi então que naquele momento, o chão voltou aos pés e o céu revertia-se ao azul à medida que a cauda dum cometa assim o pintava

Aquele bruxo, de longas vestes negras havia por instantes pensado em desistir, esquecendo-se dos valores mais sagrados à magia. Esqueceu-se da fé à qual trazia junto ao peito e alma. E de sua crença Maior. Mas como poderia tão hábil mago-das-trevas deixar de lado o que regia até então todas as suas poções de seus caldeirões, e todos os feitiços já lançados¿ Talvez estivesse com outro feitiço sobrepondo seus olhos... Um cabresto mágico que talvez fosse uma mágica por si mesmo previamente lançado:

- Não agüento mais isso tudo! Assim eu vou ficar maluco e... Ah quer saber¿ Dane-se, dane-se tudo!!! Que vá tudo pro inferno mesmo porque não mereço nada disso!

Nem o próprio imaginava um dia chegar a tal ponto de desespero sem aparente razão... Ninguém o conhecia melhor que ele mesmo, e nem com essa solidão conseguiu entender...

Um mais um é obviamente dois, mas como se faz essa matemática de sapos e cajados, símbolos e cânticos¿ Não se faz. Porque os homens criaram a razão pra entender o que é racional, e nem todas as facetas do mundo são racionais. Há partes dele que fogem dos postulados, axiomas, e corolários, e apelam para o não encaixável em coisa alguma, senão classificáveis como misteriosas. Grupo que se divide em duas classes menores, as de significado oculto, e as sem significado conhecível.

"Sem significado conhecível" não devemos tentar usar lógica para entender. Deixemos que o coração faça o seu análogo do "entender pela razão". É o mais próximo que chegaremos de uma satisfação real...

Eis que fora percebido que ao chão voltar, não havia sido outro mago que o trouxera, e sim ele próprio que retornara. Talvez outro mago tivesse sim tido um insight misterioso de significado oculto, mas certamente não fora responsável por sua volta.

Tal outro, por saber não saber muito, e por não precisar perguntar, não se conhecia quase em nada, e não se preocupava com isso, pois sabia que a preocupação leva ao entendimento da preocupação, e não a se conhecer. E que para se conhecer, devia simplesmente deixar seu imo se esclarecer aos raios do sol. Senti-lo, admiti-lo em sua totalidade. Talvez assim tenha conseguido achar essa "carta perdida" do livro de magias do bruxo de vestes negras...

Conhecer, não conhecer... isso tudo é por demais binário para o coração, e a cabeça pode sim ter tido outrora esse impulso, mas o coração, jamais.

Simplesmente amar, gostar, ser amigo, isso tudo é coisa para cegos... e cegos tem Visão, não tem¿

3 comentários:

Max disse...

Três coisas:

1- Sim, cegos tem visão sim, rs...
2- Sabia que no portal de entrada do templo de Apolo se lia "Conhece-te a ti mesmo?"
3- Um teorema:

-> O coração não é um entendedor, senão dos segredos maiores, aqueles que não podem ser compreendidos pela razão.
-> Você tem um dos maiores corações que já vi e Vi.
PORTANTO -> Você é um grande conhecedor de muitos segredos...

... por isso e por tantas outras coisas eu te amo como um verdadeiro irmão!
Amei o texto! Abraço Vitor! Saudades cara!

Má Pinelli disse...

Simplesmente adoro!
:)

Renata Magalhães disse...

Hmmm, acho que conheço essa história!!!