quarta-feira, 28 de maio de 2008

É ter no minuto

Peguei um minuto do meu dia, e o transformei em eternidade.

Num ar quente que da boca saía, as palavras não eram menos frias.
Num salgado gosto de mim, um doce se despertara, como se as nuvens todas do céu naquele instante fossem de algodão-bem-doce lilás.
Tudo que se ouvia era um quase silêncio, feito por um estremecer do chão, suave, que insinuava morno um momento de dormência.
Não havia luz, por haver luz demais! Como pode existir sombra de uma luz de dentro?
Uma fina camada de mistério aconchegante me mergulhara num outro sentido, o da compreensão.

Não existia forma de parar, nem de pensar, nem de suspirar, nem de hesitar de maneira alguma!

...Aconteceu.

Foi naquele segundo que percebi o quão valioso é um minuto, e o tamanho dele já não é mais importante, tampouco quando ocorre, nem o que se pode ser feito.

Atingi a eternidade!

3 comentários:

Max disse...

É... tem coisas que só a gente entende...

"Não havia luz, por haver luz demais! Como pode existir sombra de uma luz de dentro?"

Gostei muito do blog e desse post em especial. Me faz pensar em muitas coisas (não que os outros não façam rs, mas esse é especial). Tenho a estranha sensação de que vai ser ótimo pra vc ;)

Gostei tanto que no meu "minuto" reativei meu blog. Tava precisando dele de novo. Passa lá:

http://simplesmentemax.blogspot.com/

Abraço!

Rubia disse...

Vitor, muito bom... Fez-me transportar àqueles instantes em que se desperta de um sono profundo... quando tudo é nada e o nada pode ser o mundo? Serenidade. Brumas que surgem do nada e se esvaem vagarosamente. Adorei. Beijo-te.

Tiago Elídio disse...

gostaria de atingir a eternidade do minuto também... mas ele me escapa como água nas mãos...