- Ei! Vamos andar pelas ruas da cidade, sem dinheiro nem documento, apenas as chaves de casa?
- Siiim! Vamos!
Assim andaram e usufruíram do melhor que o mundo pôde trazer. Fizeram coisas que quase ninguém fazia todos os dias.
Ajudaram ao cego a atravessar a rua.
Carregaram sacolas para velhinhas que por si só não sabiam como carregavam.
Levantaram a vassoura do gari que a deixou cair.
Assistiram com atenção ao senhor que falava sozinho, pra todos.
Pequenas coisas a serem feitas, grandes ao serem executadas.
Até aqui foram as menores, pois outras inenarráveis conseguiram.
Ao fim de um dia, como se a igreja lhes coubessem, absolveram-se de todos os pecados que jamais proferiram.
A chave abrindo a porta de entrada, fechando um dia tão bom quanto chegar em casa.
Satisfação? Orgulho? Não. Cumprimento de um dever esquecido por todos.
Um comentário:
Você sempre me faz parar e pensar, e parar para pensar.
Amo absurdamente seus textos.
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