terça-feira, 21 de julho de 2009

Cadarços

Na vida que segue andando sem parar
Andando sem parar por entre as ruas
Sem parar por entre as ruas vazias
Por entre as ruas vazias da vida

Dos pés que dão o próximo passo
O próximo passo que pula os buracos
Pular dos buracos que espalha a poça
Espalhar da poça que molha os pés

A noite que escurece o azul do céu
O escurecer que muda as sombras
Mudar das sombras andando pelas ruas
Escorrer das sombras que faz a noite

Das pernas que levam os braços
Levar dos braços que cuidam do corpo
Cuidado do corpo para continuar amarrado
Amarrado para levar pelas pernas

Em laço de nó atado um dia aprendi a calçar
Um calçado que foi de presente dado
Como o laço aprendido em lição
Para com eles a algum lugar chegar




Um comentário:

Rubia disse...

Quando meu pai me ensinou a dar laço no cadarço de meus sapatos/tênis, acabou por me passar os procedimentos invertidos desse processo. Quero dizer que ele, ao se posicionar de frente para mim enquanto fazia o laço, fez com que eu memorizasse os passos ao inverso: se o fio deveria passar de baixo para cima, para mim, seria de cima para baixo. Se da direita para a esquerda, para mim seria da esquerda para a direita.
Talvez seja por isso é que, hoje, meus laços sempre fiquem tortos...
Mas o que valeu é que ele me ensinou e que sempre irei me lembrar disso.