
"Ser alguma coisa definida te limita. Ser nada é se negar. Ser uma não-coisa porém..." Kimio
sábado, 3 de dezembro de 2011
Conviver sem o Cálculo

segunda-feira, 3 de outubro de 2011
A Vida na semana
Que pudera absorver os sentimentos e significados das pessoas e coisas sem fazer mal...
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
O que mais dizer depois disso?
"Eu sei, mas não devia
Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma a acender cedo a luz.
E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora
A tomar o café correndo porque está atrasado.
A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá para almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma à poluição.
Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias de água potável.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se o trabalho está duro a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que gasta de tanto se acostumar, e se perde de si mesma."
Autora Marina Colasanti, que merece os respectivos créditos!
Lido e aprovado em: www.assimcomovoce.com
domingo, 15 de maio de 2011
Desejo de Presente
quarta-feira, 27 de abril de 2011
De mês em mês
domingo, 24 de abril de 2011
Pro fissão
Sóbrio. Só, e o breu da noite de novo na sala e quarto, e cozinha(!).
Jurei tentar não sentir tua presença na falta que sinto, já tão cedo, ao adentrar minha casa. E adivinha? Nada. O nada me tomou por dentro como se quem entrasse em casa não fosse eu e sim meu vazio, meu não-eu.
Explodi em milhões de fragmentos ansiosos na minha vontade frustrada de te ver em algum lugar, fosse à minha frente, ao meu lado, ou atrás puxada pela mão que não abriu a porta. Me recompus ao primeiro passo de feliz esperança por saber que por um dia te conheci, por outro te tentei e, por mais um, conversei.
É isso, que da luz se tem a sombra e do vinho a sobriedade, do vento a calmaria e do desejo a abstinencia. É a falta, ainda presente, da permanencia constante por entre esses fragmentos religados que tenho como motivo para dizer:
O hoje, está. No ontem, estou. Amanhã, estarei?
É na incerteza das esperanças ingênuas que mora a frustração.
Mas, o que posso fazer se com a mão-na-massa me sinto assim tão ingênuo, sincero, e esperançoso? Deixar isso tudo de lado? Ok, minha razão diz que sim, mas outra parte... me impulsiona a gritar que não. E isso ainda sorrindo!
Não posso evitar meu momento de dizer: venha logo para minha vida!
Ansiosa, esperançosa, e ingenuamente, nos dois sentidos do pretexto,
Vitor